Jun 26

A junção de medidas governamentais e da postura patronal, que não tem respeitado a força da lei do negociado sobre o legislado, deve forçar o movimento sindical a tensionar empresas para sobrevivência do gráfico. Mudanças já estão sendo colocadas em documentos internos da Federação dos trabalhadores para todos os Sindicatos em todo o estado

Com a proximidade da campanha salarial dos gráficos paulistas devido a antecipação da data-base da classe para 1º de setembro, as assembleias começaram nas regiões e acabam no início do próximo mês. A pauta de reivindicação se limitará as questões econômicos (salário e PLR), posto que todas cláusulas sociais da convenção são válidas até agosto de 2020. Porém, diante do novo cenário e momento político, marcado por posturas patronais de enfrentamento à organização sindical dos trabalhadores com base em medidas governamentais antissindicais, os sindicatos poderão perder seus poderes de defenderem os gráficos nesta e na próxima campanha diante do sistemático e intencional enfraquecimento estrutural dos STIGs. Logo, a partir desta campanha, antes e após as assembleias nas regiões, não resta outro caminho para os STIG, senão pelo contato com a classe direto nas empresas, a começar nas principais gráficas do setor patronal.

"A convocação da assembleia deste ano não pode estar restrita à questão legal da publicação do edital pelos Jornais, mas é necessário comparecer nas portas das principais empresas de sua região para discutir com cada trabalhador sobre o atual cenário político que tem procurado afastar mais o gráfico do sindicato e referente ao posicionamento do setor patronal que não tem respeitado os termos da Convenção Coletiva de Trabalho para tirar o suporte estrutural do STIG nas negociações e embates diários", escreve em carta aberta para todos os STIGs o presidente da Federação Paulista da classe (Ftigesp), Leonardo Del Roy.

"Portanto, caso os STIGs não querem ser surpreendidos por um processo de negociação que não venham ao encontro de nossas necessidades e a garantia de nossos direitos, não resta outro caminho para todos os STIGs, senão pelo contato direto com os gráficos através de ações sistemáticas nesta campanha salarial", frisa Del Roy. Não é à toa que desde março, quando o governo Bolsonaro editou uma medida provisória para fragilizar os STIGs financeiramente, o setor patronal tem orientado todo mês as suas empresas para não descontarem nem as contribuições associativas.

A situação estrutural dos sindicatos está piorando. É preciso entender que faz parte de um processo que levará a aniquilação das entidades se nada for feito enquanto há tempo e estabelecer certa organização e condições mínimas. É por isso que essa campanha salarial, mesmo sendo só para as questões econômicas será preciso uma nova postura dos STIGs e passa pela ação sindical efetiva junto aos trabalhadores, sobretudo nas principais empresa locais.

"Esta postura é indispensável para a mudança do cenário desfavorável, pois visa reduzir o distanciamento do sindicato junto aos trabalhadores. E assim, através do clássico enfrentamento entre classes, cobrar o respeito do setor patronal. É nosso dever estabelecermos essas condições para enfrentarmos todo tipo de adversidades que estão se apresentando", fala Del Roy

written by FTIGESP