Jun 14

O movimento sindical da Baixada Santista, coletivo que reúne diversos sindicatos de categorias profissionais distintas, inclusive a dos gráficos (STIG), tem buscado orientar a população da região contra as reformas trabalhistas e previdenciária que continuam no Congresso Nacional. A nova estratégia tem sido levar os debates para dentro das comunidades, através da parceria com organizações de moradores e até das igrejas. A ação, que visa ampliar a conscientização e resistência popular contra o desmonte dos direitos da classe trabalhadora, iniciou há poucos dias na sede da Sociedade de Melhoramentos do Jardim Casqueiro, bairro da cidade de Cubatão, localidade onde residem cerca de 10 mil habitantes.

Cerca de cem moradores do Casqueiro participaram da atividade. Teve inclusive a participação do padre da comunidade, Eniroque Ballerini, da Igreja São Judas Tadeu, onde se destacou com a atuação marcante. O sacerdote compôs a mesa do evento junto com os juristas ligados ao movimento sindical da Baixada, Sergio Pardal e Marcio Fernandes da Silva, onde detalharam criticamente cada ponto da reforma trabalhista e da Previdência. O encontro começou às 20h, no último dia 1º de junho.

Na ocasião, depois das explicações dos advogados, o padre Ballerini classificou as reformas do Temer de desumanas porque atingem todas as pessoas mais humildes e em um período já avançado de sua idade. É por isso que todas as igrejas católicas do Brasil, conforme orientou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), repudiam as reformas. Além disso, o sacerdote presente, que convocou, durante as missas, os fiéis do bairro para participarem do debate do movimento sindical, frisou que o governo jamais poderia defender tais medidas sem antes discutir com a sociedade brasileira, porém, o fez passando de cima para baixo.

"Gostei desta experiência de abrir as portas da nossa sede comunitária para dar esse tipo de atendimento para a população do bairro", informou José Matias de Oliveira, presidente da Sociedade de Melhoramentos. Dias antes, toda a diretoria da entidade do Jardim Casqueiro entregou nas casas dos moradores as cartas convocatórias para a reunião, bem como as colou nas paredes dos estabelecimentos comerciais do bairro.

"Estamos trabalhando para a realização de outros encontros como esse para outras comunidades. Acho que esse é o caminho que os sindicatos devem agir para mobilizar a sociedade contra as reformas do Temer", avalia Jorge Caetano, presidente do STIG Santos, dizendo que assim os esclarecimentos sobre o desmonte dos direitos chega aos lares através das famílias presentes no debate. Esta condição é fundamental para ampliar a resistência popular contra as reformas, pois, infelizmente, nos atos nos sindicatos, só comparecem sindicalistas e poucos trabalhadores. Já o debate diretamente nas comunidades, os esclarecimentos chegam amplamente - condição indispensável para resistência maior. O dirigente aproveita para agradecer aos envolvidos, em destaque aos moradores que comparecerem mesmo depois de um dia inteiro de trabalho.

written by FTIGESP