Item de NotíciaFTIGESP NEWS // Não tem arrego! STIG com gráficos da RR Donnelley defendem direitos
(Categoria: Geral)
Postado por FTIGESP
08 Abril 2019 - 00:04:00


Desde que anunciou sua autofalência, a empresa enfrenta protestos dos gráficos demitidos por seus direitos, liderados pelo STIG Barueri/Osasco

Hoje completa uma semana que a gráfica multinacional dos EUA, a RR Donnelley anunciou o fechamento da empresa após decretar sua falência no Brasil. Os 900 trabalhadores da unidade de Osasco e de Barueri e o Sindicato da classe (STIG) na região foram pegos de surpresa, diante da falta de aviso prévio e negociação. Houve só um comunicado. A maioria soube quando foi trabalhar na última segunda, sendo impedido de entrar na empresa. Não puderam nem pegar seus objetos pessoas lá dentro. E ainda não puderam. Talvez só esta semana, após três grandes protestos, na frente das duas unidade e do Consulado Geral dos EUA em São Paulo, que a empresa comece demiti-los oficialmente, e, mesmo assim, adiantou que não pagará as verbas rescisórias e outros direitos enquanto não for vendido seus bens no Brasil e, com o dinheiro, pagar o que for possível.

O único que responde hoje pela multinacional é um advogado contratado pela matriz da Donnelley para tratar do caso com o STIG, que tem agido em defesa dos trabalhadores desde a primeira hora da dita autofalência. O representante, porém, não apresentou solução para o assunto principal, que é a garantia do pagamento das verbas rescisórias de cada demitido, este que ainda não tiveram baixa na carteira de trabalho, tampouco suas rescisões contratuais e as respectivas descrições de quanto e quando vão receber. Só há uma sinalização de que as rescisões e baixas na carteira ocorrerão nesta semana. E permitirão que peguem os objetos pessoais nas plantas. Mas o advogado da empresa diz que nada será pago agora. Diz que dependerá do processo falimentar: só paga quando os bens da empresa no país foram vendidos, estimados em R$ 180 mi – montante este insuficiente porque será usado para pagar também os fornecedores.

Além do valor insuficiente, sabe-se também que todo esse processo leva muito tempo e, quando (se) isso acontecer, ultrapassará bastante os 10 dias definidos pela lei trabalhista para qualquer empresa pagar as verbas rescisórias após as demissões. Na prática, depois de lucrar por 25 anos enquanto esteve aqui no Brasil (só em 2018 foram R$ 8 bilhões com suas unidades no mundo), ela quer deixar os gráficos brasileiros prejudicados.

A direção e o jurídico do STIG continua insistindo na negociação para que a multinacional reveja a situação, e, com a participação ativa dos gráficos, está pressionando quase que todos os dias, como visto nos protestos da última semana. Está sendo negociado para os trabalhadores a liberação do saque do FGTS já depositado e do seguro-desemprego para cada um.

"Isto é o mínimo do mínimo que a Donnelley deve fazer, aliás, é uma mera formalidade, já que basta ela comunicar os órgãos do governo sobre estas questões, o que é sua obrigação patronal. Estamos solidários aos gráficos e não terá arrego enquanto a multinacional não cumprir os seus deveres. Já não basta a condição de desemprego que deixou a todos e o abandono agora. Paga Donnelley", diz Leonardo Del Roy, presidente da Federação Paulista dos Gráficos (Ftigesp), órgão que STIG Barueri/Osasco é filiado e que adianta que continua na luta política e jurídica em defesa da classe.

Falência e Justiça
"O STIG nos comunicou hoje que continua negociando o pagamento dos direitos dos gráficos, mesmo após a autofalência da Donnelley ter sido aceita pelo juiz do caso. O sindicato busca inclusive uma agenda com o administrar da autofalência indicada pela Justiça. Na reunião, buscará o FGTS, Seguro-Desemprego e baixa da carteira de trabalho de todos", diz Del Roy. A entidade também explicou que a decisão sobre as verbas rescisórias passa a ser de responsabilidade judicial por conta da ação aceita e em curso. Contudo, o STIG garantiu que continua na busca da agilização do pagamento, seja através da empresa ou do administrador. Todavia, acompanha tudo de perto. Este processo inicial da autofalência contará com toda assistência jurídica da entidade em prol dos gráficos.




Esta notícia é de
( http://www.ftigesp.org.br/news.php?extend.3090 )