Item de NotíciaFTIGESP NEWS // STIGs voltam a negociar com jornais na quarta após ataque ao salário
(Categoria: Geral)
Postado por FTIGESP
15 Outubro 2018 - 08:55:00


Embora a inflação anual esteja em 3,97%, o salário do gráfico não cresce nem metade disso se depender dos donos de jornais e revistas do interior

Nesta quarta-feira (17), a comitiva de Sindicatos de Gráficos (STIGs) do interior paulista onde tem jornais, coordenada pela Federação Estadual da classe (Ftigesp), participa da 2ª mesa de negociação com patronal do segmento. As entidades aguardam uma resposta dos donos dos jornais diferente das expostas na rodada anterior, quando atacaram o salário do trabalhador com uma proposta de reajuste inferior à inflação anual. Eles ainda atacaram vários direitos socioeconômicos da Convenção Coletiva de Trabalho da classe (CCT), como PLR e vale (adiantamento quinzenal). Além da Ftigesp, estiveram presentes na 1ª mesa negocial com o patronal (Sindjore) os Sindicatos de Santos, Campinas, Bauru, Sorocaba e Bauru.

A comitiva de STIGs já adianta que não aceita discutir qualquer proposta salarial que não seja a partir da recomposição diante da inflação anual. Pelo índice do IBGE que calcula no Brasil os preços para o consumidor (INPC), que é usado pelos trabalhadores e patrões como referência nas negociações, a inflação já está em 3,97%. Apesar disso, o patronal só ofereceu 1,5% de aumento salarial, o que representa menos da metade.

Os sindicatos também têm posição contrária em relação a mais pontos levados pelo patronal na 1ª mesa de negociação no último dia 3. "Além da garantia mínima do INPC no reajuste salarial, não faz sentido reduzir o valor do direito dos gráficos à Participação nos Lucros e Resultados (PLR), conforme querem os jornais, mas sim aumentá-lo, ou talvez até manter seu valor em caso de demonstrem enfrentar dificuldades", adianta Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp e coordenador da negociação.

A contraproposta das entidades dos trabalhadores rechaçou também o desejo patronal de acabar com o pagamento do adiantamento quinzenal. Os STIGs entendem que o direito deve ser mantido na nova CCT. E em caso de algum jornal demonstrar sérias dificuldades financeiras, que se busque o sindicato da sua região para tentar fazer um acordo específico (ACT) em conformidade com a lei atual. Cada caso é um caso. Não faz sentido flexibilizar os direitos dos gráficos sem tal análise particularizada.

O mesmo entendimento dos STIGs e da Ftigesp se aplica em relação a busca patronal referente a geral flexibilização da jornada de trabalho dos gráficos. "Se hoje existe uma lei trabalhista onde vislumbra a possibilidade de modificações no intervalo intrajornada, por exemplo, desde de que de forma negociada com a representação de classe em conjunto com os trabalhadores, não faz sentido generalizar o caso para todos os jornais, mas debater caso a caso através de ACTs e não pela CCT", frisa Del Roy.


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