Item de NotíciaFTIGESP NEWS // STIGs Santos e ABC preparam pauta de reivindicação na tentativa de recuperar perdas da última negociação salarial de 2017
(Categoria: Geral)
Postado por FTIGESP
25 Julho 2018 - 10:02:51


Pré-pauta de reivindicação, que dependerá da adesão dos gráficos, quer dos patrões reajuste de 7% e elevação do adicional noturno para 40%.

Nesta quinta-feira (26), após alguns dias da reunião entre as lideranças dos Sindicatos dos Gráficos (STIGs) da Baixada Santista e do ABC para a pré-definição da pauta de reivindicação da categoria, os trabalhadores participarão da primeira assembleia geral de campanha salarial 2018. O encontro dos gráficos da Baixada será realizado em Santos na sede da entidade da classe. A pré-pauta defende um reajuste de 7% para todas as faixas salariais e para todas as cláusulas econômicas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da classe, como no vale-compras e na PLR.

Além disso, apesar do grande retrocesso político e socioeconômico que avança no Brasil desde o golpe de Temer e companhia em 2016, e em 2017, com o golpe na classe trabalhadora com a nova lei do trabalho onde ampliou o desemprego, rebaixou salário e exterminou dezenas de direitos de quem ainda trabalha, os STIGs defendem que será preciso que a categoria defenda a inclusão de algum novo benefício na CCT, a exemplo de aumentar o percentual do adicional noturno para 40%, como já até acontece em algumas gráficas de embalagens na região do ABC.

Já há dois anos seguidos, período de duração do governo Temer após o golpe dado sobre a presidenta eleita Dilma Rousseff, que os gráficos da Baixada e do ABC não têm conseguido nada de novo. Pelo contrário, até o reajuste salarial tem sofrido. Na campanha de 2016, o reajuste foi de forma parcelada e outros prejuízos à depender da faixa do salário do trabalhador. E em 2017, ano da aprovação da nova lei do trabalho, nem aumento ocorreu. Foi dado um bônus financeiro, que, embora naquele período foi positivo para quem recebia até R$ 3 mil, trouxe prejuízos.

Uma das perdas, por exemplo, é que a base de negociação salarial com o patronal este ano. O parâmetro será o do salário recebido em agosto de 2016 - último período que houve reajuste contido na CCT. "Sem falar nas perdas sobre o FGTS e mais direitos onde o salário incide de forma direta, inclusive na aposentadoria", fala Jorge Caetano, secretário-geral do STIG Santos, entidade que representa hoje cerca de 700 gráficos em toda a Baixada - número que vêm caindo diante do nova lei do Temer. No ABC, a quantidade de trabalhadores é maior. Segundo informações que Jorge recebeu de Isaías Karrara, presidente do STIG ABC, existe hoje 5,8 mil gráficos, tendo grandes empresas como Valid, Bemis e etc.

Apesar da difícil conjuntura de desemprego e queda em direitos frente à nefasta nova lei do trabalho de Temer, os sindicatos avaliam que, se conscientes do papel na história e na economia, trabalhadores podem reverter esta situação, desde que atuem juntos e em torno dos STIGs. "A luta será necessária diante da dor geral, pois a sobrevivência de cada gráfico, através da manutenção do seu emprego e direitos mínimos para sustentar-se e a própria família, dependerá de todos na assembleia de amanhã e na luta durante toda a campanha salarial. Não deixem que a categoria e os STIGs acabem", alerta Jorge. E o dirigente lembra que o tamanho da conquista sempre será proporcional ao tamanho da luta.

Por falar em luta e desafios, eles serão maiores nesta campanha diante da validade da nova lei do trabalho já há nove meses com seus efeitos já perversos sobre a categoria e fazendo com que os patrões estejam sedentes em retirar os direitos daqueles que estão empregados. Desde fevereiro desde ano, por exemplo, os STIGs têm lutado para evitar com que isso aconteça, mas os empresários querem excluir quase a metade das cláusulas da CCT hoje existentes e válidas até o mês de setembro, já que a data-base da classe é em 1º de setembro. Querem mexer em 31 cláusulas entre exclusão completa e mudanças delas, desconfigurando-as. Portanto, ou a classe toma consciência em tempo do desafio e 'entra de cabeça' nesta campanha salarial para impedir este mal ainda maior, ou 'morrerão' juntos com os STIGs que nada poderão fazer sozinhos.

A Federação Paulista dos Gráficos (Ftigesp), entidade na qual os STIGs ABC e da Baixada Santista, está solidária à luta dos referidos sindicatos e entende que todos os esforços para a manutenção dos direitos dos trabalhadores depende da participação efetiva da classe. "Se os gráficos não seguirem nesta direção, as pretensões patronais de retirar direitos podem prevalecer. Porém, não acreditamos que a categoria permitirá", avalia Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp. Ele diz que a garantia do emprego é muito importante para os gráficos, mas entende que não pode preceder de estar sendo desvalorizado, condição que os gráficos também precisam compreender e reagir, sendo necessário a categoria seguir a histórica tradição de unidade e luta contra os retrocessos", diz Del Roy esperando e acreditando numa resposta positiva dos gráficos.

Título escrito por Jorge Caetano - secretário-geral do STIG Santos


Esta notícia é de
( http://www.ftigesp.org.br/news.php?extend.2765 )