Item de NotíciaRevolta dos gráficos contra ofensiva patronal sobre direitos cresce no Estado e avança para a Região de Taubaté
(Categoria: Geral)
Postado por FTIGESP
04 Novembro 2015 - 07:54:00


Em menos de 24 horas, após o setor gráfico empresarial do Estado de São Paulo anunciar aos sindicatos dos trabalhadores, na última semana, que arrancarão a PLR dos funcionários, reduzirão salários e muito mais, a categoria iniciou forte reação no Estado. Por vários dias seguidos, assembleias estão sendo feitas e a revolta dos gráficos cresce quando os sindicatos falam as maldades do patronato, que, usa a crise para tirar a PLR, reduzir cerca de R$ 400 do salário do pessoal do Acabamento, baixar os maiores salários, reduzir 15 por cento do adicional noturno e reajustar o salário abaixo da inflação e parcelado. Os trabalhadores, por sua vez, estão reprovando tais intenções. Os gráficos da Região de Taubaté, por exemplo, garantem que ninguém retirará direitos e reduzirá salários. Os funcionários da Mopho Brasil, maior empresa do setor no local, assim como os empregados da Editora Santuário, Tamoios e da Same, dentre outras, entraram na briga e prometem reagir frente à ofensiva patronal.

"Faremos mais assembleias noutras empresas da região e nas demais do Estado, porque os trabalhadores precisam saber o que ocorrerá com eles se não entrarem na luta conosco", fala Sandro Ramos, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas (STIG) de Taubaté. O dirigente avalia que só uma reação geral da categoria pode reverter a sanha patronal sobre direitos e salários. E é isso que está acontecendo no Estado. A revolta dos gráficos iniciou pela região de Jundiaí, onde a maioria dos funcionários da empresa Gonçalves cruzou os braços para ouvir os sindicatos e logo depois repudiar a intenção patronal. Essa revolta também tomou conta dos gráficos da Morpho Brasil, na região de Taubaté, durante uma grande assembleia na última sexta-feira (30/10), onde todos os funcionários cruzaram os braços para reprovar os patrões e exigir melhorias nos salários e no abono salarial. A grande assembleia contou com o apoio dos STIG São Paulo, Jundiaí, Guarulhos, Sorocaba e Piracicaba, além de outras categorias parceiras, como do setor têxtil.

"A Morpho já se mostrou aberta para reajustar o abono e discutir outras melhorias, inclusive haverá uma negociação entre a empresa e o STIG nesta quinta (5) para acertar os detalhes", adianta Ramos. A presença e o apoio de todos os trabalhadores junto ao STIG é que faz a diferença em qualquer negociação. E os gráficos da Morpho, como já visto no ano passado, ao entrarem numa greve frente à negação de tal abono, estão com o STIG. O presidente do STIG Guarulhos, Francisco Wirton, que esteve presente na assembleia, frisou a unidade desses gráficos ao seu STIG, como um dos pontos forte da classe para buscar reverter o pacote de maldades patronal. "Todos os trabalhadores estão de parabéns pelo compromisso em prol dos seus direitos, com destaque às funcionárias", disse na assembleia Everaldo Nascimento, diretor do STIG Sorocaba.

"Os gráficos da Mopho repudiaram, acertadamente, a proposta patronal de reajuste salarial menor que a inflação, estamos junto deles e do STIG Taubaté em defesa do justo aumento e sem parcelamento", falou Ariadi de Araújo, do Sindicato dos Têxteis da Região, presente na atividade. A inflação beira os 10 por cento,  mas os patrões querem dar só 7 por cento e parcelado em duas vezes (4 por cento novembro e 3 por cento maio/2016). Eugênio Morato, do STIG de Piracicaba, na assembleia, assegurou que nenhum sindicato dos gráficos aceitará índice menor que a inflação. "Queremos é ganho real", pontuou Eugênio e também Valdir Ramos, diretor do STIG Jundiaí. O dirigente do STIG São Paulo, Niwdo Carvalho, também na ação, endossou a posição e disse que todos os sindicatos estão junto em prol de melhoramento do poder aquisitivo dos gráficos do estado, sobretudo, diante da alta inflação do período, que tem coroído o salário de todos.

Melhorias nos direitos dos trabalhadores também estão sendo tratadas na Editora Santuário, situada em Aparecida, região de atuação do STIG Taubaté, que realizou uma assembleia um dia antes da feita na Morpho. No mesmo dia, outra assembleia foi realizada pelo sindicato na Gráfica Tamoio, em São José dos Campos. "A revolta de todos os trabalhadores é grande, principalmente, ao saber da intenção dos patrões em relação a arrancar direitos e reduzir salários", conta Sandro. Todos reprovaram o desejo patronal. O mesmo ocorreu um dia antes na assembleia com os funcionários da empresa Same Embalagens, em Guaratinguetá, área de abrangência de representação também do STIG Taubaté.

A presidente do STIG Taubaté, Márcia Maria, avalia como muito positiva e relevante a participação e posição dada pelos trabalhadores até agora. Ela analisa ainda que a reação e a revolta dos gráficos diante do pacote de maldades dos empresários deve continuar crescendo na região e em todas as gráficas do Estado. Todos os STIG planejam realizar atividades nas empresas de suas regiões. E as assembleias conjuntas continuarão fortes nesta semana, a começar nas regiões de Bauru, Jaú e Sorocaba. Ela diz que até o dia 10, data que ocorrerá nova rodada de negociação com o sindicato patronal, outras ações sindicais estão na programação da Campanha Salarial Unificada dos Gráficos do Estado de SP, onde o tema é 'Avançar nos direitos sim, retroceder nas conquistas jamais'.


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