Set 19

Gráfica Index Label muda de Cajamar para Santana do Parnaíba sem o pagamento do FGTS dos trabalhadores. Ação trabalhista está em curso

Na última semana, dias após a descoberta do novo endereço da gráfica Index Label, que mudou da região de Jundiaí para a de Barueri/Osasco, exatamente para Santana do Parnaíba, sem o pagamento do FGTS dos trabalhadores, os sindicatos da classe (STIGs) desses locais reuniram-se para traçar as ações em defesa dos gráficos mesmo com essa mudança. O STIG Jundiaí, presidido por Leandro Rodrigues, continuará com a ação judicial que haverá audiência no fim do mês. E o STIG Barueri, presidido por Álvaro Ferreira, garantiu que dará continuidade a ação de fiscalização na empresa, inclusive enviará sindicalistas para conhecer a Index Label.

Esta não é a primeira vez que a empresa mudou de endereço. Ela saiu da capital paulista para Cajamar e agora está em Santana do Parnaíba. A Index Label está agora na Avenida Tenente Marques, 546, Fazendinha. "Embora a empresa ainda não nos comunicou oficialmente que está em nossa região, vamos solicitar uma reunião com ela, tenha ela o mesmo nome ou não. E também conversar com os trabalhadores", conta Álvaro. O sindicalista, que reafirma o compromisso de continuar o trabalho ora desenvolvido pelo STIG Jundiaí, adianta que fica preocupado com o fato ora já informado pelo sindicato da região vizinha onde estava esta gráfica.

No curto prazo de cinco anos em que a Index Label esteve em Cajamar o STIG Jundiaí precisou agir algumas vezes em proteção dos direitos dos trabalhadores. O vale-alimentação dos gráficos, que é um direito coletivo da categoria, estava defasado em 31%. Os funcionários não conseguiam comprar todos produtos da cesta básica nos supermercados da região. Em 2017, o reajuste foi garantido após a intervenção sindical constante. Ainda houve reivindicações em relação ao combate à elevada jornada, sendo pleiteado o trabalho somente em sábados alternados. A luta pelo pagamento do FGTS também é antiga. Mas apesar de várias promessas da empresa, ela nunca pagou sendo necessária o ajuizamento, o qual a Index Label tenta dar um calote até na Justiça com o fechamento em um local e sua reabertura em outra, descoberta após iniciativa de Leandro.

Para Luis Carlos Laurindo, advogado do STIG Jundiaí, independente da confirmação da presença ou não da empresa na audiência, mesmo com o novo endereço, ela terá de ser julgada pela Vara do Trabalho em Cajamar. Se ela não aparecer, o jurista diz que será julgada da mesma forma, sendo então por revelia. E o sindicato buscará a execução desta sentença da dívida do FGTS e vai solicitar, por exemplo, confisco judicial de bens dos donos ou acionistas para o pagamento dos trabalhadores.

Leonardo Del Roy, presidente da Federação Paulista da classe (Ftigesp), entidade na qual os STIGs estão filiados, também está ciente da situação. E alerta a Index Label, seja com novo endereço ou nome, que precisa cumprir os direitos dos gráficos. Desse modo, o dirigente acredita na continuação da atuação dos sindicatos em defesa do interesse de todos trabalhadores, os quais precisam se sindicalizar para fortalecerem os STIGs na batalha.

written by FTIGESP