Jun 20

Gráficos rejeitam banco de horas e o verde-amarelo dos patos da Fiesp

Antes ainda do empate da Seleção Brasileira de Futebol no domingo, as várias centenas de gráficos da Tilibra, em Bauru, não estão dispostos a pararem o serviço para assistirem aos jogos e terem de compensar tais horas depois. A decisão, que contraria até a vontade inicial da empresa, foi tomada na última quarta-feira (14), quando o Sindicato da categoria (STIG) interveio em favor dos trabalhadores, garantindo para eles que houvesse uma votação secreta e individual, e não mais lista em aberto, expondo a opinião de cada um sobre a compensação ou não das horas.

Nem mesmo o setor administrativo, que normalmente é mais próximo da direção da Tilibra, como a maioria deste segmento nas empresas, foram favoráveis a pararem algumas horas para assistirem os jogos do Brasil e depois compensarem essas horas por vários dias após o expediente. A maioria decidiu não parar. E os dois turnos da produção também foram contrários de forma majoritária. Pela proposta da empresa, a produção poderia ter que laborar até 12 horas depois, caso o Brasil fosse até a final da copa. E a compensação do setor Administrativo de até 15 horas.

Para Amilton Kaufman, presidente do STIG Bauru, que acompanhou as três votações, do setor do Administrativo e dos dois turnos produtivos, a decisão livre e democrática da grande maioria mostra a importância da unidade dos gráficos em torno do sindicato para a conquista de direitos ou para evitar perdas. "Sem a participação ativa da entidade garantido aos funcionários o direito de opinar individualmente e de forma sigilosa, todos puderam decidir pela não compensação de horas posterior", frisa.

Por conta disso, qualquer hora-extra realizada após o turno de trabalho continua sendo obrigatório o pagamento, conforme define a Convenção Coletiva de Trabalho da classe. "Portanto, graças a atuação sindical, e sobretudo possibilitando o começo da percepção dos gráficos da Tilibra de que precisam participar de todo processo em defesa de seus direitos, tendo inclusive de enfrentarem a posição da empresa, os trabalhadores rejeitaram jogos da Copa para impedirem um tipo de banco de horas", avalia Leonardo Del Roy, presidente da Federação Paulista da classe.

"Com tal feito, acredito que os gráficos da Tilibra também demonstraram a sua insatisfação com este verde-amarelo da CBF, símbolo dos patos manifestoches puxados pela Fiesp que apoiaram o golpe na presidente Dilma, na Democracia e contra os direitos trabalhistas", pontua Leandro Rodrigues, secretário-geral da Federação e presidente do STIG Jundiaí.

written by FTIGESP