Mai 21

Ftigesp orientou os STIGs que precisam se reinventar diante da nova lei do trabalho, devendo assim agir para reconquistar a confiança da classe a fim de fortalecerem a unidade dos gráficos para garantirem os direitos

Embora seja em 1º de novembro a data-base de 17 dos 19 Sindicatos Paulistas dos Gráficos (STIGs), as entidades devem iniciar a campanha salarial antes da Copa do Mundo de Futebol, esta marcada para junho. A antecipação foi decidida durante a reunião da diretoria da Federação Estadual da classe (Ftigesp), no começo do mês. Pela deliberação, até o dia 10 de junho, será realizado o encontro do Conselho de Federados, instância composta pelos presidentes de todos os STIGs do estado. Na ocasião, os acertos sobre adiantamentos das assembleias dos gráficos em cada região e sobretudo a definição da pauta de reivindicação serão finalizadas. A intenção é enviar a pauta final ao patronal logo depois da Copa. Durante os jogos, os STIGS farão assembleias com a categoria. Nelas, darão o ponta pé no processo em defesa da garantia dos direitos.

"É preciso organizar todos os trabalhadores para resistirem diante desta conjuntura em que se tira direitos com a chancela da nova lei trabalhista, sobretudo diante de um cenário onde boa parte dos gráficos, estimulado pelos setores patronais e a mídia, rejeitam os seus próprios sindicatos", diz Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp. Portanto, frisou o dirigente durante a reunião, que caberá aos STIG reconquistarem a confiança da classe. E, para isso, é preciso se reinventar, saindo de trás das mesas e intensificarem no serviço e na ação sindical junto dos trabalhadores nas empresas. É preciso se reaproximar do gráfico, ouvi-lo e defendê-lo até mostrá-lo que o sindicato é aliado. Direitos já conquistados vem sendo retirados pelos patrões com a nova lei. Os STIGs têm muito o que fazer.

A garantia de uma positiva negociação coletiva dos direitos dos gráficos dependerá inclusive dessa reinvenção dos STIGs, visto que a nova lei do trabalho e o fim da ultratividade fortaleceram o setor patronal para a retirada de direitos. "Portanto, os sindicatos precisam ganhar de volta a confiança da maioria da classe através da ação sindical de base", disse Del Roy. A defesa dos atuais direitos convencionados através de uma campanha salarial diretamente com os gráficos nas suas empresas é de fundamental importância para demonstrar o papel do sindicato e ganhar a confiança da classe. É preciso estar na porta das gráficas. E ficar por lá para também defender os direitos já válidos através de ação sindical.

"Defender a convenção coletiva de direitos, neste contexto de nova lei do trabalho e afastamento do gráfico junto do seu sindicato, passa pela ação cotidiana dos sindicalistas junto dos trabalhadores", fala Del Roy. Estas iniciativas devem inclusive ser mais visibilizadas. Para isso, deve-se apostar no trabalho de comunicação sindical orgânica - aquela que dá publicidade as ações sindicais na defesa dos direitos ora sonegados pelas empresas. O dia a dia do STIG precisa virar notícia e chegar para o conjunto de trabalhadores e de empresas. A Ftigesp está preparada para contribuir nesta comunicação estratégica. Os STIGs devem enviar fotos e informações sobre estas ações para o órgão dar tal publicidade.

"Sem dúvidas, o vilão contra os direitos, salários e condições laborais dos gráficos continua sendo o patronal, e a nova lei do trabalho mostrará para todos os empregados esta verdade. Mas a lei também demonstra para os STIGs a necessidade de se reinventarem para manterem-se na defesa dos trabalhadores", diz Del Roy. Assim, a Ftigesp e os STIG já começaram a passar por esta atualização com a antecipação da atual campanha salarial, a primeira com a nova lei trabalhista em pleno vigor.

written by FTIGESP