Jul 21

Os Sindicatos dos Gráficos (STIGs) de todas as regiões do Estado de São Paulo definiram o começo do calendário da campanha salarial dos trabalhadores das indústrias do setor. As entidades precisam realizar assembleias com suas bases até 20 de agosto. Nelas, devem definir a pauta de reivindicação coletiva para este ano. A agenda foi acordada na última semana durante um encontro com os dirigentes dos diversos sindicatos, que são ligados à Federação Paulista da categoria (Ftigesp).

A data-base da classe é em 1º de novembro. Definiram que os trabalhos da campanha já devem começar porque acreditam que esta pode ser a mais adversa em função das consequências da aprovação da reforma trabalhista - projeto do Temer que desmontou a CLT e retirou direitos. O assunto inclusive foi bastante debatido durante a reunião dos federados, indicando a necessidade de iniciar o mais rapidamente as assembleias.

A campanha salarial será realizada de forma unificada entre a maioria dos STIGs. Ficam de fora apenas os STIGs Santos e ABC, porque eles têm uma outra data-base e negociam com um sindicato patronal distinto dos demais do Estado. Pelo mesmo motivo, a negociação dos gráficos da cidade de Campinas e de São José do Rio Preto serão feitas à parte.

No dia 4 de agosto, a maioria dos STIGs paulistas voltam a se reunir na Ftigesp para alinhar uma pauta de reivindicação unificada. "Depois do dia 20, prazo final para a realização das assembleias com os gráficos em todas regiões envolvidas, a Ftigesp enviará a pauta coletiva dos STIGs ao sindicato patronal (Sindigraf/SP)", diz Leandro Rodrigues, secretário-geral da Federação e presidente do Sindicato dos Gráficos de Jundiaí.

A tática e as estratégias da campanha salarial serão definidas após o envio da pauta à entidade do setor empresarial. Contudo, para a manutenção dos direitos contidos na Convenção Coletiva de Trabalho, como ocorreu nos anos anteriores, todos STIGs avaliam, sem exceção, que dependerá mais do que nunca da maior unidade e disposição de luta da categoria para enfrentar os efeitos negativos em virtude da reforma trabalhista.

Pressionar direitos abaixo dos existentes na CCT é um dos dispositivos que a reforma trabalhista permite os patrões imporem aos empregados, além de outras mazelas. "Logo, ou os gráficos entram na luta ou verão prejuízos se tornarem realidade. Não adianta reclamar depois da ação do STIG ou da negociação ruim, pois, mais do que nunca, o resultado disso será em função da baixa participação da classe trabalhadora", diz a Ftigesp.

Apesar das dificuldades impostas pela reforma trabalhista, a Ftigesp e os STIGs afiliados buscarão junto ao sindicato patronal a manutenção e as garantias conquistadas durante muitos anos materializadas na CCT. "Nossa luta continuará forte para garantir todos os direitos. Este será o nosso propósito para impedir qualquer retrocesso conquistado por meio dos processos coletivos de negociação e conquistas para a categoria", diz Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp. Ele ressalta que a luta vai continuar com todos os sindicatos para enfrentar o poderio econômico.

written by FTIGESP