Mai 26

Reforma trabalhista do Temer enterra esses e outros avanços da classe

Nas últimas décadas, desde quando foi criada a Federação Paulista dos Gráficos (Ftigesp), aumentou a organização da representação sindical da categoria nas regiões do Estado. E, com isso, ampliou-se a quantidade de direitos para os trabalhadores. Neste período, a força da negociação coletiva obreira junto aos setores patronais só fez crescer os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da classe, onde a maioria deles é superior aos definidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

De nove cláusulas lá no início, a CCT hoje tem 87, como a cesta básica mensal, Participação nos Lucros e Resultados, (PLR) e muito mais. Tais conquistas resultam da organização e atuação dos atuais 19 Sindicatos dos gráficos (STIGs) distribuídos pelo Estado e vinculados à Ftigesp. O problema é que a reforma trabalhista do Temer, que avança no Senado, isola os STIGs na proteção dos gráficos e extingue a aplicação da CCT.

A Federação da classe alerta para o desmonte dessas conquistas se a reforma trabalhista for aprovada no Senado. A entidade classista convoca os STIGs e toda a categoria para participarem das mobilizações contra este projeto que muda a legislação contra os gráficos e demais profissional em favor do patrão que gastará menos com a mão de obra.

A Ftigesp ainda chama atenção dos trabalhadores para rejeitarem as campanhas midiáticas e governamental contra os sindicatos no Brasil, visto que, somente por conta deles, por exemplo, que houve tamanho avanço nos direitos dos gráficos paulistas ao longo do tempo. "Isolar nossos STIGs, ou acabar a contribuição sindical para mantê-los, reduz o poder financeiro da entidade para continuar defendendo a classe", realça Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp, que atua no órgão deste 1979.

A reforma do Temer não só ataca a contribuição sindical, mas sobretudo os direitos da CCT e a proteção dos trabalhadores através das entidades de categoria. "Nenhum dos 87 direitos da convenção será mais aplicado aos gráficos, porque, como define a reforma, podem ser transformados em terceirizados, ou por contratos temporários, parciais e intermitentes", pontua Del Roy. A classe trabalhadora precisa reagir ao grande ataque.

A Ftigesp também está se mobilizando junto ao Senado. O órgão acaba de enviar para vários senadores a reivindicação de que seja suspensa a tramitação desta reforma trabalhista, ou então modifique os dispositivos para preservar os direitos sindicais e trabalhistas dos gráficos paulistas. "Pedimos que parem com isso. E que criem condições para a classe trabalhadora e suas entidades representativas não sejam alijadas do processo negocial e de proteção da classe e seus direitos ", diz Del Roy.

written by FTIGESP